Embora tenhamos uma rica biodiversidade, não somos propriamente uma nação adoradora de parques e outras áreas naturais urbanas. São muito poucas as cidades brasileiras que contam com uma extensa rede de parques e praças onde é possível relaxar sentado na grama, contemplando árvores, lagos e coisas do tipo. Aliás, em muitos lugares, a nova desumanizada e nefasta arquitetura tem contribuído ativamente para a destruição do tímido patrimônio natural que ainda tínhamos – por detrás das chamadas “revitalizações” prefeituras remodelam áreas anteriormente naturais e bucólicas, instalando iluminação intensa por LEDS, pavimentação onde antes não havia, corte de antigas árvores e parco replantio de novas espécies etc. Não somos, como os japoneses, uma cultura contemplativa. Quando vamos aos parques é para fazermos tudo, menos contemplar a natureza.
Mas as coisas podem ficar diferentes durante uma grande e assustadora pandemia, como essa agora do coronavírus. As pessoas receberam a recomendação de permanecerem em suas casas e só saírem o mínimo necessário. No Brasil, e, muitas cidades, baixou-se a proibição de se estar em parques e outras áreas do gênero. O confinamento em pequenos e desagradáveis apartamentos, em casas sem quintal, poderá se tornar ainda mais desafiador para as pessoas.
Neste artigo, o autor nos mostra como aquilo que era dado como certo, pode não ser mais. Do mesmo modo como nossa tranquilidade por nos acharmos livres de doenças ameaçadoras e massivas pode acabar de uma hora pra outra, nossas áreas naturais também podem nos ser retiradas.
New Yorkers have headed outdoors to the parks to enjoy sunshine and nature — as long as they are 6 feet away from each other.
— Ler em www.nytimes.com/2020/03/19/nyregion/nyc-parks-coronavirus.html