É hora de liberar o “porte de tecnologia” para os pacientes em consulta

Os tempos são digitais. Todos conectados. Todo mundo com algum dispositivo em mãos, na bolsa ou no bolso, por mais simples que seja. A todo momento. Ou quase. Sim, porque algumas atividades do quotidiano ainda transcorrem sem a participação de alguma tecnologia. Ou pior, a tecnologia só é usada por uma das partes envolvidas.

A consulta médica, por exemplo. Vamos pensar desta vez apenas no tanto de tecnologia que os dois personagens centrais desta cena – o médico e o paciente – podem estar portando no momento da consulta. Em geral, de um lado, o médico estará atrás de uma máquina, registrando num prontuário eletrônico a consulta. Perfeito! E quanto ao paciente? Se estiver portando algum dispositivo durante a consulta, certamente será um celular. E muitas vezes desligado, como muitos médicos pedem, aliás.

Seria possível pensarmos numa consulta transcorrendo com os dois lados “plugados”? Penso que sim. Seria não só possível como, nos tempos atuais, altamente desejável. Isso poderia colocar a relação do médico com o paciente num pé de maior igualdade ou equilíbrio. E com vantagens para ambos os lados. Materiais próprios do paciente, como fotos e anotações, por exemplo, poderiam ser compartilhadas no momento mesmo da consulta. E o médico, é claro, poderia enviar para o celular do paciente alguns materiais que, de outro modo, poderiam cair no esquecimento. Isso sem falar na possibilidade da própria consulta ser gravada e ficar arquivada em algum aplicativo específico para isso. O “porte de tecnologias” liberado para os pacientes em consulta precisaria, é claro, vir acompanhado de recursos, como aplicativos, especialmente desenhados para esse propósito, o de estreitar e turbinar a troca de informações em tempo real entre médico e paciente, no momento da consulta. Somos cada vez mais ciborgues, alguma parte de nós é uma máquina, seja um olho biônico, um marca-passo, uma prótese de membro inferior…e já há quem veja os celulares como a mais pura extensão de cada um de nós. Deixar, portanto, uma parte de nós do lado de fora da consulta é algo que soa discricionário e retrógrado. Se pernas mecânicas de liga leve podem correr em olimpíadas, por que celulares não podem estar em consultas e ser utilizados para as mesmas?

Da próxima vez que você ler em cima de alguma mesa aquele aviso “por favor desligue o celular”, pense nisso.

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