A experiência de se aguardar por uma consulta médica, mesmo na melhor das clínicas, pode ser muito desagradável, mesmo nos dias de hoje. É que o conceito da sala de espera parece não ter mudado muito na cabeça de arquitetos e de médicos, nas últimas décadas. Tirando a tv de LED na parede e a conexão Wi-Fi disponibilizada (ainda não em todos os consultórios, diga-se de passagem) o velho estilo de dispor revistas ultrapassadas, folhetos de laboratório e plantas desidratadas segue como uma espécie de fórmula consagrada…e ultrapassada. Concebida como local de rápida passagem entre a rua e o cada vez mais sofisticado consultório médico, a sala de espera ainda não é vista como um espaço, muito menos um momento, onde a maneira como se acolhe, se informa e se cuida da situação, diz muito sobre a proposta de tratamento do profissional, suas limitações, enfoques e potencialidades. Dela se ocupam decoradores e arquitetos que nada sabem sobre medicina participativa, e-health, e-patient, medicina 2.0 e coisas do gênero. A pergunta que cabe então é: como podem clínicas e consultórios, em pleno século 21, passarem ao largo desses espaços e não levarem para lá inovações tecnológicas que poderiam representar uma real mudança na “experiência da espera por uma consulta”?
Um comentário